POEMA 5 - Nas tranças de uma menina

Nas tranças de uma menina
[minha vida, minha sorte]

Raul Ferreira

Fui pras bandas do norte
fui procurar serpentina
uma luz que alumina
e clareia a nossa sorte
então criei a rima
pro repente fiz um mote.


É nas tranças dessa menina
que desatina a minha sorte.


Fui cantador de viola
da viola eu fiz batina
a poetisa Coralina
tem uma rima forte
nos encanta e fascina.
É nas tranças dessa menina
que desatina a nossa sorte.
A cantoria não tem escola
Ela é mesmo coisa divina
Não dá em gente granfina
Por mais que se importe
E queira fazer-lhe rima.
E foi nas tranças dessa menina
Que encontrei minha sorte.


Da cantoria fiz profissão
Cantando em toda esquina
Criando versos de recorte
De Esperança inté Campina
Com minha turma de xote.
Então vem a paixão
ela é mesmo uma sina
faz de escravo o coração
aproxima a própria morte
Feito ave de rapina.


Foi nas tranças dessa menina
que encontrei a minha sorte.


Larguei do violão
Pra viver com minha prima
Comprei uma terra de lote
Ela foi fazer faxina
Essa foi a minha sorte!
E quando descer o caixão
da vida o último golpe
aquele que ninguém ensina
ouvirei sem verso ou rima:


Foi nas tranças dessa menina
que viveu a sua sorte!



Paráfase da poesia "Nas tranças de uma menina" de Raul Ferreira por 
Júlia Parreiras de Matos

Um homem vivia de música, para a música e foi buscar uma vida melhor viajan-do para vários lugares.Ele buscava sua sorte e acabou encontrando uma meninapor quem se apaixonou.Ele fazia modas de viola e a música era algo essencialpara sua vida, pois era um dom. A música era sua profissão e ele passou a vida toda viajando pelos lugares  com sua turma do xote e pensando em seu amor.Tempos depois, ele largou a viola e foi viver em um lugar só. Largou a      profissão, parou de viajar e se fixou em um lote que comprou.Ele viveu o    resto de sua vida tranquilamente e no fim das contas espera que em seu      enterro alguém se lembre da menina das tranças que ditou sua vida.Afinal,sua vida era comandada pelo amor à música e pelo amor à menina que desatina sua sorte.